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Shakti é um nome próprio, o nome da Deusa que com sua energia dinâmica movimenta e equilibra o Universo. A Grande Mãe Divina. É também um substantivo comum, shakti literalmente significa poder e energia feminino.

É interessante notar que a ideia de uma deusa feminina, adorada e depois afastada do poder por uma mitologia masculina, passa a ser algo comum em todas as mitologias ao redor do mundo. Quer saber um pouco mais sobre essas Deusas incríveis? Continue lendo:  

Coincidências mitológicas

Assim, um exemplo claro do que já foi mencionado, temos Gaia, a mãe terra na mitologia grega, e na tradição tântrica indiana temos Adya. Adya assume a forma de um pássaro e coloca três ovos onde nascem Brahma, Vishnu e Shiva. Shiva destrói Adya e de suas cinzas nascem as consortes Saraswati, Lakshmi e Gauri. 

A representatividade feminina ao longo dos anos 

Nas histórias ao redor do mundo o masculino compete com o feminino, pois os úteros geram vida e são mais preciosos que os espermatozóides. Em muitas espécies, os machos brigam para terem o privilégio de cruzar com as fêmeas que escolhem o macho mais valoroso, o mais robusto, o mais forte, o com as penas ou escamas mais coloridas, o que tem o melhor canto ou rugido. 

A sociedade humanos em seus primórdios foi criada com a ansiedade e invalidação dos machos que com o tempo foram submetendo a mulher através da dominação da força física, do casamento, das regras sociais, diminuindo e até anulando a força da Deusa em favor da adoração a Deus. 

Na sociedade matriarcal, a mulher era livre como a terra que aceita as sementes de todas as plantas livremente. A medida que os homens assumiram as atividades econômicas na sociedade agrícola e no comércio, as mulheres foram relegadas a mercadoria de troca, passando do pai para o marido e a finalidade feminina passou para a procriação, servidão ou para a prostituição para as mulheres que fugiam das regras impostas. E assim foi negada a elas a propriedade de seus corpos que pertenciam ao pai, marido, irmão e filho. Assim como o filho gerado pertencia ao homem. 

A falta de liberdade para as mulheres

Com os pais reivindicando a propriedade das filhas e decidindo com que elas deveriam se casar, a liberdade da mulher chegou ao fim. Nas culturas rurais,  a fertilidade era valorizada e nas culturas urbanas, era a obediência feminina. Obediência essa, importante para os homens. Na Índia surgiu a crença terrível da Sati, da viúva imolar-se na pira funeral do marido. Em todas as histórias antigas ao redor do planeta, na Bíblia ou no Ramayana, a mulher deixa de ser uma pessoa, é desumanizada e transformada em símbolo do pertencimento da honra masculina. Assim na humanidade marca o triunfo do patriarcado. 

Infelizmente este patriarcado chega até os nossos dias limitando a liberdade das mulheres sobre os seus corpos e suas vontades em muitas das sociedades no planeta. É interessante notar que quando o olhar humano é dirigido à terra, há a prevalência das deidades femininas como Kali, a Selvagem e Gauri, a Doméstica. 

Mas à medida que o olhar se dirige aos céus, a terra se torna armadilha e as mulheres servidão, assim a serpente mensageira da deusa se torna o símbolo da desobediência. Deus se torna masculino e reside no céu.  

Os profetas masculinos Abraão e Moisés ofuscam as profetas femininas, como Débora e Ana. No cristianismo, Jesus é filho de Deus, não há menção a uma filha de Deus, por exemplo. Maria, a mãe de Jesus é a eterna virgem celebrada por conceber imaculada, mas ela não é uma deusa, apesar da devoção mariana em várias partes do mundo, com as aparições de Nossa Senhora passando a ser mais fortes no cristianismo. 

Nas lendas arturianas, a mulher é a donzela que é resgatada pelo cavaleiro. Ou a bruxa perigosa, que precisa ser combatida pelo cavaleiro. Em todas as tradições espirituais ocidentais, com o judaísmo e o cristianismo, e orientais como o jainismo, o budismo a mulher é renegada a segundo plano. No início do budismo antigo não reconheceu o feminino, mais tarde reconheceu Tara, a compaixão tão  importante como o conhecimento. 

Há 4.000 anos atrás o hinduísmo dava mais atenção aos deuses Agni (fogo), Indra (chuva), Vayu (vento) e Surya (sol) do que as deusas Ushas (amanhecer), Vak (fala) e Aranyani (floresta). 

Na Índia, o valor atribuído ao feminino é anterior aos Vedas, ou das cidades da civilização do vale do Indo. Três seitas surgiram neste hinduísmo purano posterior, duas masculinas, Shiva e Vishnu e uma feminina focada em Devi. Shiva é o asceta que ataca Brahma por cobiçar e tentar controlar Devi, ele evita a vida mundana até que Devi se transforma em Gauri e o torna um chefe de família e pai. 

Vishnu é o chefe de família que considera Devi como Lakshmi, deusa da auspiciosidade e da abundância. Devi é a divindade por direito próprio, independente e livre como a terra. 

Ela é mãe, filha, irmã e esposa. Devi permite que os deuses dominem, mas nunca permite que eles a dominem.  

Gostou de saber um pouco mais sobre o papel da mulher nas mitologias? Acompanhe as postagens do nosso blog para conhecer mais sobre as outras Deusas. Nas próximas publicações falaremos sobre as Deusas: Kali, Gauri, Durga, Lakshmi, Saraswatu e Vitthai. Não perca!

Referências Bibliográficas: 7 Secrets of the Goddess – Pattanaik, Devdutt – Publishing Company- Westland Ltd 

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