A respiração é o nosso veículo de intercâmbio com o exterior. Se observarmos atentamente a maneira como respiramos, podemos entender se aceitamos ou não esse “intercâmbio”. Se vivermos plenamente, nossa respiração será completa, profunda e tranquila, refletindo-se no nosso comportamento e na maneira de ver o mundo. Se de algum modo nos “frearmos”, nossa respiração será parcial, rápida e superficial.
Modificando a maneira de respirar, podemos corrigir algo que não vai bem, que nos impede de aceitar o intercâmbio com o mundo, que nos isola, tornando-nos tristes e depressivos.
Pranayama é o termo sânskrito para as técnicas respiratórias yogues.
O termo pranayama significa “controle da energia vital” ou “domínio do alento vital”.
Os pranayamas são representados por uma série de exercícios respiratórios, cuja prática constante promove a limpeza geral das células físicas, sobretudo as nervosas, a oxigenação do sangue, a purificação dos vasos sanguíneos e o fortalecimento do sistema imulógico. Isso tudo gera maior discernimento de vida, afastando a preguiça, a fraqueza física e mental e até o aparecimento de moléstias comuns.
Dentre as inúmeras técnicas respiratórias apresentaremos duas:
1. Respiração Yogue Completa
A respiração yogue completa é uma das técnicas mais utilizadas no Hatha Yoga.
Execução: Em pé, sentado ou deitado. Depois de expirar o ar, inspiramo-lo lentamente pelas narinas, contando até oito, e combinando com a respiração inferior, média e superior num movimento ondulatório. Primeiro, expandimos o abdomen, depois as costelas, finalmente erguemos as clavículas, Nesse momento, a parede abdominal já está um tanto encolhida e principiamos a expiração da mesma maneira como fizemos a inspiração, isto é, contraindo primeiro a parede abdominal, depois as costelas e, afinal, abaixando os ombros, ao passo que deixamos sair o ar pelo nariz. Na respiração yogue completa, todo o mecanismo respiratório, isto é os lobos inferiores, medianos e superiores dos pulmões movimentam-se de maneira uniforme. Entre a inspiração e a expiração podemos reter o fôlego tanto tempo quanto nos seja possível sem desconforto.
Efeito terapêutico: Experimentamos profunda sensação de paz. Este exercício areja todos os pontos dos pulmões, aumentando a provisão de oxigênio no sangue, estabelece o equilíbrio entre as correntes positiva e negativa, acalma o sistema nervoso, regula e modera a atividade do coração, equilibra a pressão arterial, reduzindo a hipertensão e subindo a pressão baixa e estimula a digestão. Os órgãos são fortalecidos, tonificados e rejuvenescidos.
Efeito Psíquico: Acalma o sistema nervoso e melhora o nosso estado mental. Sentimo-nos cheios de paz, quietude e segurança.
2. Respiração Bastrika
A respiração bastrika é em ritmo rápido. Tal exercício oxigena intensamente o sangue e este, assim vitalizado, produz a limpeza e desintoxicação do corpo inteiro. Na bastrika a inspiração e a expiração são curtas e superficiais, acompanhadas de movimento abdominal instintivo.
Execução: A melhores posições para a prática são as sentadas, podendo também ser feita em posturas em pé. Iniciamos com enfase numa inspiração forte e a seguir, uma expiração rápida. E assim, sucessivamente. Os músculos abdominais e o diafragma atuam energicamente movimentando a base dos pulmões.
Efeito terapêutico: Purifica todo o organismo e produz uma forte oxigenação no sangue. Tem especial ação tônica sobre o sistema nervoso e aparelho circulatório. Equilibra o apetite, facilita a digestão e remove excessos de gases, biles e humores. Atenua irritações e inflamações das vias respiratórias. Fortalece o sistema terminal periférico e o sistema imunológico. Aquece o corpo e conseqüentemente seu potencial energético.
Efeito psiquico: Aumenta a vontade e a coragem.